Perdi-me Deus!
E perdi-me sem jeito de me reencontrar outra vez. é normal que a saudade de quem eramos, nos pode arrebatar o coraçao como se nos violentassem aos pontapés, bem fortes e pesados até fazerem sangue?
É normal que de tudo, que no passado, se previa em sonhos para o meu futuro, agora no presente, que outrora senti futuro, se venha tudo a desmoronar em fantasias.
Não estou bem. Não estou feliz. Não estou completo. Porra! Que de tanto procurar, fiquei enebriado com todas as descobertas que deixei de ver os meus objectivos. Até que os perdi. Perdi-os a todos, e agora na cabeça so ficam destroços de sonhos que um dia embatem contra os olhos e me fazem ficar nauseado por não ter conseguido.
Eu não consegui. E pior. Não consigo. Não consigo erguer-me e seguir a fundo. Pegar nos destroços e cola-los e formar um futuro, conforme o que queria, o que quero e o que quererei para mim.
Não tenho forças. Não tenho vontade nem coragem para me levantar outra vez. As nódoas negras na cara e no coração apertam-me a ansia de viver. Vou-me deixar estar no chão.
Quieto.
Incerto da vida ou da morte ou do chão frio em que repouso. Preciso de descansar. E descansar é fugir. É deixar a cabeça fugir. É deixa-la viajar para longe, para onde ninguém esteja acima dela, nem a encrave, nem a prenda, nem a maltrate. O corpo que durma, que se deixe estendido no chão, que morra.